Sou um rascunho de um poema não terminado, que ninguém quis ler, por ser um pouco indecifrável e enjoativo. Sou um erro em meio a tantos acertos, sou a mesmice em meio a tantos acontecimentos. Sou o que muitos interpretam de maneira errada e injusta. Sou também um risco na mesa de bar retratando um chamado por efeitos, mudanças e sorrisos não esperados. Sou o horizonte em busca de esquecer o passado. Sou apenas mais um verso perdido á procura de motivos para ser finalizado e por fim se cansa e começa a se escrever sozinho, marcar presença e até buscar por mais plenitude. Se for por imaginar, o destino abriga um corpo de alma leve que possui o dom de organizar nossa trajetória, o que deu errado, o que virá a dar certo e o que já se foi a muito tempo. Mas de certa forma tornou-se eterno. Ao escrever minha história pelo jeito sua mão tremia, sua alma vazia estava sem tempo para reinventar novas idéias para serem ocorridas de maneira sucedida. Pelo jeito pretendia, passar á limpo outro dia e no outro se esqueceu e no outro deixou de lado, deixou pra depois o que diria ter mentalizado momento por momento, detalhe por detalhe na cabeça. Deixou estar, e assim ficou tudo imóvel e imutável. Eu fiquei e não variei a rotina, meus dias continuaram iguais: monótonos e tão sem existências. Assim como um verso interminável, tentarei uma ou mais duas vezes e o erro será sempre o mesmo, aquela linha torta custará a ser visível no canto de papel usado e será sempre imprestável, sempre substituível por um novo e novamente traçado marcado e tentado cumprir seu objetivo final. A folha já está fraca de tanto a borracha apagar aqueles múrmuros em busca de um auto desabafo mergulhando em poesias, esquecendo um pouco dessa doída realidade. Estando preparada pra algo mais, mais intenso, bem ou mal. Minhas forças não poderão ser poucas, pois há de vir ainda muitas pedras em meu caminho e muita gente para me derrubar. Ainda serei algo muito critico, uma poeta na mesa de bar, tomando um porre de alguma coisa para esquecer um pouco daquelas tuas neuras tão absurdas que insistem em te atormentar. Porém, ninguém entende e custarei a confirmar que os versos é que me mantém viva-viva , em busca de algo mais, algo que não se torne contraditório a minha felicidade. Rotulada por essa sociedade “hipócrita” serei sempre a louca, buscando por um refúgio inexistente, versos localizados e descritos á cada dor, a cada vivência mal sucedida ou mal acabada. Mas, se olhar nos meus olhos terá uma leve visão de quem realmente sou, não só aquela garota birrenta e mimada, olhe bem pra mim, no fundo de mim alma tem um sorriso estampado no rosto de quando eu era feliz, e se é que já fui feliz. Sou perdida, quero ser encontrada. Sou menina que tem sentimentos e descreve-los acaba me derrotando por milimetricamente saber meus pontos fracos. Entretanto, se olhar no meu interior encontrará meu coração surrado, esfolado, cansado de apanhar mais está ali batendo, sobrevivendo, me mantendo em pé para provar pra todos que duvidaram de mim que depois das chicotadas sempre vem a vitória, a guerra cessada e a calmaria. Sou tantas coisas apenas em uma alma. Sou um quebra cabeças de mil peças, metade delas um tantos gastas, muitos jogaram a maioria desistiu e preferiu um jogo mais fácil por não terem capacidade de vencer esse meu jeito difícil e complicado. Complicado a raiz quadrada de dois, vezes três elevado a quatro, talvez até o oito. Sou a hipotenusa da vida elevada ao cubo, mas a soma dos quadrados do catetos - daquele teorema de Pitágoras - que será sempre igual á nenhum resultado. Sou o perímetro do que restou do passado, das coisas boas já acontecidas e das mágoas já canceladas. Sou tudo isso e ao mesmo tempo não sou nada. O meu olhar camuflado e distante está longe de esconder quem realmente sou, o que vivi e senti em diferentes profundidades até chegar a esse tanto de maturidade, e por falta dela foi que sofri. Por muito tempo fui uma tola, busquei em seres falsos a sinceridade e acabei tomando uma ducha de falsidade. Me entreguei para a vida e em troca ela quis mais de mim, e cada dia eram mais cobranças, mais tapas na cara e desafetos. Fui procurar amor e acabei encontrando um sorriso de um otário. E do amor transformou-se em desgosto, do desgosto desilusão e por aí lágrimas não adiantaram e interrompidas tornaram-se textos, único alivio encontrado e jamais largado. Reunião de palavras e diálogos jogados foras, resgatados e delineados como histórias, cada qual com um final diferente e por vez não pendentes como lá atrás, agora estamos em frente e algo novo é algo não visto que se tornará encanto para muitos olhares tristonhos tentando encontrar palavras que se encaixam com seu estado de espirito, acumulo de sentimentos variados. Quem será a pessoa fora de sua sã consciência que vai dizer que sou um papel útil nesse espetáculo da vida? Quem vai ser aquele que irá me contar o final desse livro da vida e ainda me forçar a ler o resto dela? Quem vai tentar me obrigar a mudar meu jeito de pensar, e dizer que eu deveria parar de escrever só para parecer normal? Ninguém. Minhas palavras podem se resumir a um torpedo de celular ou um pedaço de papel meio rasgado depressa. Podem se resumir ao um sussurro por socorro, ou apenas em um pedido por afeto. Jamais alguém entenderá muito menos eu irei saber o motivo, pois minha vida tão vadia jamais me ensinou a viver, sem manual eu me virei e vim a ser hoje para muitos apenas uma bola de papel no meio de tantas no lixo. Antagonizei com muitas pessoas por muitas marcarem e poucas ficarem. Me enlevei de ser só e sobrevivo sentada numa mesa, cultivando pensamentos e questionando absolutamente tudo.
—Sou Rhaissa Ruble, bloqueando cada vez mais meus sentimentos.

A distância não era um problema, veja bem. Acabou porque o longe ficou perto demais, eu sei. Quando eram apenas 200 quilômetros, tudo bem, tudo certo, são apenas algumas horas de viagem e o final de semana tem 48 horas... Eu viajaria quarenta só para passar as outras oito com você. Tanta rodovia no meio de nós, tanto pedágio e combustível a ser queimado, nada disso, meu bem, atrapalhou. Mas está tudo longe agora. Foi ontem, mas parece fazer mais tempo. Duzentos quilômetros que mais parecem três vidas de distância. Porque, na verdade, se não são várias vidas que nos separam, o que é, então? Os projetos que eu tenho não são seus, e se os forem um dia, quiçá quantas décadas terão se passado. Os meus sonhos, que podem ser seus em parte também, me diga, quando realiza-los? Eu sou o agora e isso é tudo o que eu tenho. Mas, você, você é o amanhã, o futuro, o depois. Você é a vida posterior que eu não vou ter. E é esse o resumo: eu, efêmera, louca, nervosa, inconsequente; você, disciplinado, focado, paciente. Quem sabe em outra vida, ainda que eu não a tenha? Quem sabe em outro dia, se ainda formos vivos? Quem sabe? 


Oi gente!
Geralmente, eu posto resenhas e textos de minha autoria aqui no blog, mas hoje resolvi fazer uma coisa diferente: falar sobre minha vida! O que me levou a fazer essa escolha foi que 1. eu estou com os horários apertadíssimos agora! (e já conto pra você o motivo disso) e 2. acho que muitos leitores aqui do blog ainda estão no ensino fundamental/médio, então, acho interessante mostrar pra vocês um pouquinho da vida universitário, isto é, morando longe dos pais.
Pra começar, eu sou a Bianca, tenho 20 anos e sou aluna do bacharelado em Estudos Literários (não, não é Letras) da Universidade Estadual de Campinas, a famosa UNICAMP. O primeiro desafio é o vestibular, é claro. A rotina intensa de estudos é cansativa, as provas são estressantes, mas... é super gostoso ver o nome na lista de aprovados depois.
Eu pretendo me formar no final deste ano (digo pretendo porque isso é maleável, de acordo com os interesses e desenvolvimento de projeto de cada aluno) e escrever a monografia é uma das coisas que tem consumido meu tempo. Outras coisas que acabam tirando o tempo que eu poderia dedicar a novas leituras (e, consequentemente, resenhas) são a elaboração de um projeto de Mestrado (se eu for mesmo me formar neste ano, pretendo tentar ingressar no Mestrado já em 2015) e o estágio, que comecei há pouco tempo, mas que é responsável por seis horas do dia. Isso sem falar em arrumar comida, deixar as coisas arrumadas em casa, fazer os trabalhos das disciplinas da faculdade, e ainda arrumar um tempinho pra se divertir...
Bom, a minha ideia era fazer uma breve apresentação sobre esse estilo de vida... E, bom, se vocês tiverem curiosidades/dúvidas ou qualquer coisa do gênero, basta comentar esse post que eu responderei todos com o maior carinho do mundo!

Beijos


A semana que passou chorosa doendo culminou na sexta fria de manhã inóspita no eterno minuto do micro-ondas mas que foi no fim um bonito começo de noite. As pernas estavam fortes e a cabeça não pulsava como que fazendo contagem regressiva para a explosão e o corpo era vigoroso como não lembrava antes.
A lua que surgia mãe de estrelas dava as mãos aos lumes que assistiam ao brilho que emanava num ponto pouco superior ao canto que acompanhava o som da viola. Da música que pairava não se conhece a letra mas apenas o sotaque que a entonava parindo-a sendo-a.
Duas vezes mais a lua visitou para depois vir mais outra eterna semana noturna em que doeu o corpo embora pior fosse a alma. Falou a dor através de cristais líquidos que produziu o corpo tomado pelo sofrimento e encheu tantos rios que o tempo seco deixou preencheu todos os copos meio vazios do pessimismo alheio.

Três tintas falharam antes da escrita dessa sequência de inverossimilhanças que expeliu o organismo construiu o sentimento e destruiu a sintaxe.


Oi pessoal, tudo bom?

Hoje vou responder a uma TAG que eu vi em uma blog que no momento não me lembro o nome. Achei interessante e resolvi partilhar com vocês!!!

Reclamação - Tem alguém mais reclamão que blogueiro? Chora por causa de parceria, porque o autor matou seu personagem preferido, porque isso e aquilo e ainda postam tudo nas redes sociais sem exceção. Reclamar da capa, da diagramação, do texto e da revisão é diferente de fazer drama aonde não tem.

Vida de Vlogueira - Muitos blogs tem Vlogs literários e se dão muito bem está ai uma coisa que sou péssima me expressar em vídeo ainda mais resenhar um livro. Adoro os Vlogs mais não é a minha praia, gosto mais de escrever e isso vem desde os meus cinco anos de idade.

Perfeccionismo - Não me incomodo com livros antigos com a capa rasgada ou sinopse faltando, o que importa é o conteúdo e isto se da à sempre pegar livros da biblioteca e estar acostumada com isso.

Resenhas Express - Eu costumo tem muitas ressacas literárias - sim ela existe - ainda mais quando leio livros ótimos e que me prendem ao personagem. Dificilmente uma resenha sairá no mesmo dia que terminei o livro, pode demorar até dias, culpa minha não é eu juro. Gosto de reler, revisar e acrescentar informações ao texto aí está a questão da demora.

Leitura Rápida- Isso é outra coisa que de certa forma me incomoda. Eu leio muito rápido e gostaria de ler mais devagar. Claro, eu saboreio a leitura, viajo na imaginação e tudo mais. Porém de uma forma muito rápido e muitas vezes tenho que voltar algumas páginas pois me perco no assunto. 
Alguém tem alguma dica para me dar?
.
E vocês Blogueiros, no que vocês se consideram péssimos em relação a blog? Deixem nos comentários suas opiniões, quero ver todo mundo respondendo. Beijinhos :*


Livro: Ligue os pontos - poemas de amor e big bang

Autor: Gregório Duvivier
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 85
Nota: 4/5 



"antes de eu nascer o mundo era uma foto desbotada
dos meus pais à beira da piscina
esperando que algo fantástico acontecesse (eu).

depois que eu morrer espero que vocês tenham
a decência de retomar esse marasmo."

Na contramão do que costumo fazer, isto é, resenhar obras já consagradas ou canônicas, hoje escolhi uma obra bastante recente e que, logo na primeira leitura, me conquistou: "Ligue os pontos - poemas de amor e big bang". Este é o segundo livro de Gregório Duvivier, que se destaca também como humorista, no canal Porta dos Fundos, e como colunista da Folha de São Paulo.
Gregório alcançou nesta obra um difícil equilíbrio entre a melancolia e a animação. Trata-se de um misto de sentimentos que, apesar de suas essências diversas, comungam-se em versos livres e libertadores, além de incrivelmente fortes.
Confesso que fui surpreendida pela obra, que, ao mesmo tempo, tão simples e tão densa, deixa um gostinho de quero mais. Uma celebração pura do amor se desenrola ao longo das páginas, dando espaço também a várias facetas do existir humano: família, saudades, vida urbana, sociedade...

"o mês de agosto parece o bairro
de são conrado. é difícil atravessá-lo
às vezes demora meses sobretudo
quando chova mas é inevitável
passar por ele -  é inevitável"

Um daqueles livros que poderiam ser lidos em pouco tempo, quiça em uma hora, mas que acabam sendo o preferido de todos os dias, sempre sendo relido, e, a cada vez, de maneira mais satisfatória.


"se eu fosse um faraó do egito antigo
não me faria falta o carnaval do rio
o ipod o iphone o iogurte grego
o mate de galão ou o miojo
de galinha caipira eu viveria feliz
por meses entre múmias e deuses
com cara de cachorro — ou quase:
a única invenção cuja inexistência
me obrigaria a tomar o cianureto
mais em voga das maravilhas do mundo
moderno a única que me faria falta
é você (e talvez quem sabe o ar
condicionado, mas sobretudo você)."

Aí eu decidi que ia escrever. Afinal, qualquer bobeira é melhor que o vazio. O primeiro raio de sol já pode ser a salvação da treva de uma noite eterna. E escrever é o raio de sol de cada madrugada, de cada insônia. Eu não durmo na noite fria, a escuridão me apavora e me atrai. Eu só durmo quando vejo o primeiro raio de sol. Que é pra me acalmar, pra me levar pr'aquele estado de ócio e preguiça que me faz dormir e até sonhar, de vez em quando. É por isso que eu escrevo, pra me acalmar, pra aquecer meu corpo e iluminar minha mente. Pode ser sábado ou terça feira e eu posso estar sozinha, mas enquanto eu tiver minhas palavras, estou acolhida.  O "amar" é uma metonímia, menina. (Tenho que me lembrar disso a cada 15 minutos). Você acha que se um amor acabou, todos acabaram também, mas é mentira. Não é bem assim. Vai ficar tudo bem. O primeiro lumiar do sol já vai chegar e você vai descansar depois dessa longa noite, vai sonhar com um lugar bonito... Vai sonhar. Outras e outras noites estão por vir e você vai precisar ser forte e saber que uma hora ou outra amanhece. E fica tudo bem. Fica tudo certo. Começa e recomeça. Mesmo com tantos fins.