A distância não era um problema, veja bem. Acabou porque o longe ficou perto demais, eu sei. Quando eram apenas 200 quilômetros, tudo bem, tudo certo, são apenas algumas horas de viagem e o final de semana tem 48 horas... Eu viajaria quarenta só para passar as outras oito com você. Tanta rodovia no meio de nós, tanto pedágio e combustível a ser queimado, nada disso, meu bem, atrapalhou. Mas está tudo longe agora. Foi ontem, mas parece fazer mais tempo. Duzentos quilômetros que mais parecem três vidas de distância. Porque, na verdade, se não são várias vidas que nos separam, o que é, então? Os projetos que eu tenho não são seus, e se os forem um dia, quiçá quantas décadas terão se passado. Os meus sonhos, que podem ser seus em parte também, me diga, quando realiza-los? Eu sou o agora e isso é tudo o que eu tenho. Mas, você, você é o amanhã, o futuro, o depois. Você é a vida posterior que eu não vou ter. E é esse o resumo: eu, efêmera, louca, nervosa, inconsequente; você, disciplinado, focado, paciente. Quem sabe em outra vida, ainda que eu não a tenha? Quem sabe em outro dia, se ainda formos vivos? Quem sabe? 


2 Comentários

  1. Amei... Me fez pensar e relembrar várias coisas. Umas tristes, outras nem tanto. É raro eu gostar de textos assim, haha.
    Me in the Bucket

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  2. Texto bem reflexivo e gostoso de ler..

    www.facesdeumacapa.com.br

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